Tem político com coragem de mamar em onça. Tenente-coronel da reserva da PM de Pernambuco, no quarto mandato de deputado estadual, Alberto Feitosa não gosta da mamadeira da Odebrecht, como o príncipe João Campos, segundo palavras do seu tio, o presidente da Fundação Joaquim Nabuco, Antônio Campos, o Tonca. Prefere as tetas do bolsonarismo que nesses tempos de pandemia do coronavírus andam bem sequinhas de votos, mas borbulhando de polêmicas.
É na derivada positiva da polêmica, como diria o cronista politico e andarilho das montanhas da Jaqueira, José Adalberto Ribeiro, que Feitosa aposta para se transformar no candidato oficial do presidente Bolsonaro a prefeito do Recife, cidade de coração e um balaio de votos vermelhos.
De largada, já tem identidade com o provável padrinho: a patente militar. O tenente-coronel da província de Nassau se dispõe a bater continência para o capitão da República agora e para sempre, com o Intuito de ganhar suas benções na campanha.
Além de valentia para mamar na onça, sobra disposição também em Feitosa para liderar no Recife a seita bolsonarista. Pelo menos no campo dos candidatos da guarda e da segurança já se apresenta com mais chances de conquistar o coração do capitão do que a delegada neopolitica colecionadora de gatinhos, a pré-candidata do Podemos, Patricia Domingos, que até hoje não teve coragem cívica para assumir o apadrinhamento do Governo Federal.
O tenente-coronel brotou na vida política saindo do quartel com admoestações ao ouvido feitas pelo seu ex-guru Eduardo Campos, de que o lulismo seria a seita da salvação. Enquanto Eduardo e o velho amigo Carlos Wilson, já na eternidade, militaram no cordão vermelho depois de passagem pelo azul, Feitosa votou em Lula, para desespero de Bolsonaro na hora de passar os olhos na folha corrida do tenente.
Quem na vida não erra que atire a primeira pedra, dirá o tenente-coronel, ensaiando o seu refrão da resistência dialética tête-a-tête ao capitão. E não será por falta de erros e frustrações que o currículo de Feitosa possa correr riscos de ser reprovado. Também dirá que cometeu o pecado da gula ao aceitar provar o sabor das tetas socialistas como secretário de Turismo de Eduardo e de Saneamento do coronel perseguidor Geraldo Júlio, o aniquilador de carreiras brilhantes como a do ex-presidente da Compesa, Roberto Tavares.
Feitosa revelou-se, no entanto, vocacionado para a coisa pública quando coordenou as obras do aeroporto dos Guararapes indicado pelo então presidente da Infraero, Carlos Wilson. Quem soprou nos ouvidos de Cali, como Wilson era tratado, foi o ex-ministro José Jorge, que teve o coração de uma filha roubado pelo tenente-coronel. Como amores vão e na maioria das vezes não voltam, a relação entre eles hoje é aquecida pelo fogo da irmandade. O ex-sogro virou padrinho e conselheiro.
Se vier de fato a ser bombado e apadrinhado pelo capitão e sua tropa no Recife, como o presidente da Embratur, Gilson Machado Neto, e o Coronel Meira, de cabelo na venta e sem papas na língua para denunciar as maracutaias da Lava Jato no quintal e nos jardins do PSB, o tenente vai cantar de galo.
Os dois candidatos que pretendem polarizar a campanha no Recife, João Campos e Marília Arraes, PSB e PT, respectivamente, já começam derrotados, na visão de Feitosa, porque não têm interlocução com o Palácio do Planalto.
"E alguém poderá dizer que tem mais experiência em segurança pública do que eu?" A pergunta é uma provocação a delegada famosa pela adoção de gatinhos e adepta do teletrabalho.
(Magno Martins)
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